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CRAS Daniel Reis promove palestra “Internet sem vacilo” sobre bullying e cyberbullying
Por Rosane Linhares (PREFEITURA)
“Internet sem vacilo” no enfrentamento ao bullying e ao cyberbullying.De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE/IBGE), cerca de 13% dos estudantes brasileiros entre 13 e 17 anos afirmam ter sido vítimas de cyberbullying. Já o Colégio Notarial do Brasil registrou, em 2023, mais de 120 mil atas notariais relacionadas a queixas de bullying e cyberbullying.
Esses dados mostram que a violência psicológica, tanto presencial quanto virtual, é uma realidade que afeta diretamente a autoestima, o desempenho escolar e a saúde mental dos jovens.
Com o objetivo de fortalecer a conscientização sobre o tema, a Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Trabalho (SEMCAT), por meio dos seus dez Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), realizou durante as duas primeiras semanas de outubro uma série de palestras “Internet sem vacilo”, com foco no enfrentamento ao bullying e ao cyberbullying.
No CRAS Daniel Reis, a ação reuniu crianças, adolescentes, famílias e profissionais da rede socioassistencial, em um momento de reflexão sobre a importância do respeito, da empatia e do uso responsável da internet.
“Quando falamos de bullying e cyberbullying, não estamos lidando com simples brincadeiras. Estamos falando de feridas invisíveis que podem marcar a vida de uma criança ou adolescente. Nosso papel é garantir espaços de acolhimento e fortalecer os vínculos familiares e comunitários, para que ninguém se sinta sozinho. O respeito precisa ser um valor vivido dentro e fora da internet”, afirmou a secretária da SEMCAT, Francy Pereira.
Ela reforçou ainda que a SEMCAT tem desenvolvido ações contínuas de prevenção à violência infantojuvenil e contra idosos, com rodas de conversa, campanhas educativas e orientações às famílias sobre o uso consciente das redes sociais.
Yasmin Raiol, de 11 anos.Para Yasmin Raiol, de 11 anos, o tema da palestra a fez refletir sobre atitudes do cotidiano.
“Às vezes, a gente acha que é só uma brincadeira, mas não sabe o quanto machuca. Acho importante falar sobre isso, porque muita gente sofre calada.”
Dona Dalva Gonçalves, 76 anos e Dona Vera Lúcia, de 81 anos.Entre o público, o aprendizado também atingiu os mais velhos. Dona Dalva Gonçalves, 76 anos, compartilhou uma experiência pessoal.
“Pra mim foi maravilhoso, porque é mais aprendizado. Aconteceu com a minha neta, mas nós conversamos com ela, orientamos e ela superou. Tem gente que não consegue, por isso achei muito bom pra todo mundo.”
Dona Vera Lúcia, de 81 anos, complementou.
“Eu não sabia o que era bullying, mas agora aprendi. Agora já sei o que é e posso orientar meus bisnetos.”
Coordenador do CRAS Daniel Reis, Robson Barbosa.O coordenador do CRAS Daniel Reis, Robson Barbosa, destacou o papel transformador do diálogo.
“Nosso papel é acolher e escutar. Quando alguém entende que pode pedir ajuda, a transformação já começou.”
A palestra “Internet sem vacilo” foi mais do que uma ação educativa: foi um convite à reflexão coletiva.
Com diálogo, empatia e informação, é possível construir uma convivência digital mais saudável e segura, onde cada comentário, curtida ou compartilhamento seja guiado pelo respeito.
Combate ao bullying e ao cyberbullying no Brasil.O que diz a lei
O combate ao bullying e ao cyberbullying no Brasil ganhou reforço com leis que reconhecem a gravidade dessas práticas e estabelecem medidas de prevenção e punição:
Lei nº 13.185/2015 – Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying): institui políticas de conscientização e prevenção nas escolas e espaços sociais, e define o bullying como toda forma de violência física ou psicológica, intencional e repetitiva.
Lei nº 14.811/2024: alterou o Código Penal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), incluindo o bullying e o cyberbullying como crimes, com penas que variam de multa a reclusão, dependendo da gravidade e das consequências do ato.
A nova lei também prevê agravantes quando as vítimas são menores de 18 anos e amplia a responsabilidade de quem compartilha conteúdos ofensivos.
Essas legislações reforçam que o respeito é um dever legal e moral, e que toda a sociedade, poder público, escolas, famílias e comunidade, tem papel essencial na prevenção, acolhimento e enfrentamento da violência.