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Escutas no campo e nas ilhas reforçam construção da 1.ª Conferência Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável de Ananindeua
Por Moises Lima (SEMUPA)
Nos dias 19 e 20 de agosto, a Prefeitura de Ananindeua, por meio da Secretaria Municipal de Pesca e Agricultura (SEMUPA), deu mais um passo rumo à realização da 1.ª Conferência Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, marcada para o próximo dia 28. As agendas ocorreram na Ilha de Sororoca (comunidade Santo Antônio) e no Quilombo do Abacatal, reunindo agricultores, pescadores, artesãos, lideranças e representantes do poder público para debater desafios e apresentar propostas.
Ilha de Sororoca: escuta ribeirinha na comunidade Santo Antônio
Na terça-feira (19), a comunidade Santo Antônio, na Ilha de Sororoca, recebeu uma reunião de alinhamento que, na prática, funcionou como uma pré-conferência.
Raimundo Nascimento – Presidente da Associação de Moradores da Ilha de Sororoca.O presidente da Associação de Moradores, Raimundo Nonato da Silva Nascimento, destacou a importância do encontro:
“A reunião foi bem proveitosa. Tivemos espaço para expor nossas dificuldades, como produção, segurança e até a questão da moradia. Agora esperamos que tudo isso seja levado à conferência e que de fato aconteça”, afirmou.
Pedro Soares – Secretário Municipal de Pesca e Agricultura de Ananindeua (SEMUPA).O secretário municipal da SEMUPA, Pedro Soares, reforçou que a principal demanda da comunidade é a segurança, marcada por furtos de açaí, peixe e camarão, além da dificuldade no transporte e no escoamento da produção.
“A comunidade tem uma produção significativa de açaí, camarão e peixe, mas não possui espaço para comercializar. O município precisa enfrentar esse desafio, garantindo transporte adequado e locais para a venda da produção ribeirinha”, pontuou.
Filippe Bastos – Secretário Municipal de Enfrentamento às Mudanças Climáticas de Ananindeua (SEMC+).Já o secretário municipal de Enfrentamento às Mudanças Climáticas, Filippe Bastos, destacou que a agenda integrou também as audiências públicas do Planejamento Climático Participativo:
“Estamos em uma região de fronteira, onde as atividades madeireiras impactam diretamente os ribeirinhos. As demandas levantadas aqui serão traduzidas em propostas da conferência e registradas no diagnóstico dos planos climáticos municipais”, explicou.
Anderson Costa – Secretário Adjunto de Agricultura e Abastecimento do município de Benevides.O secretário adjunto de Agricultura de Benevides, Anderson Costa, lembrou que os problemas locais são semelhantes aos de outros municípios da Região Metropolitana de Belém (RMB).
“Questões como segurança, água, transporte, regularização fundiária e crédito se repetem em várias comunidades. Esses debates vão subsidiar a conferência nacional coordenada pelo MDA, que tem como objetivo construir um plano de dez anos para o desenvolvimento rural sustentável”, destacou.
Quilombo do Abacatal: tradição e demandas quilombolas
Na quarta-feira (20), foi a vez do Quilombo do Abacatal receber a 5.ª Pré-Conferência Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável.
Maria Dalvina Alves - Agricultora.A agricultora Maria Dalvina Alves compartilhou sua experiência de décadas na agricultura familiar, marcada pelo cultivo de mandioca, criação de galinhas, açaí e outras culturas.
“Essa conferência é uma porta que se abre para que possamos escoar nossa produção e ter mais visibilidade para o trabalho que fazemos”, afirmou.
O secretário da SEMUPA, Pedro Soares, ressaltou como diferencial a oportunidade de planejar junto com agricultores, produtores e artesãos locais.
“Uma das principais demandas que surgiram aqui é o espaço adequado para a feira da farinha no centro de Ananindeua, além do transporte para escoar a produção. São desafios históricos que precisamos enfrentar com políticas públicas eficazes”, destacou.
Maria Barbosa - Agricultora e Artesã.Para a artesã e agricultora Maria Santana da Coxa Barbosa, a pré-conferência fortaleceu a luta por políticas específicas para o território quilombola:
“É muito importante participar e levar nossas demandas. Precisamos de políticas públicas que valorizem a agricultura familiar, que garantam alimentação saudável para nossas crianças e idosos. Tudo que é bom e construtivo é bem-vindo”, disse.
Caminho até a Conferência
As falas colhidas em Sororoca e no Abacatal se somam às escutas realizadas em outras comunidades do município, consolidando a construção coletiva que será apresentada na 1.ª Conferência Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, no dia 28 de agosto, no auditório da SEMED.
O processo tem reunido comunidades, secretarias e parceiros regionais, fortalecendo a democracia participativa e apontando caminhos para políticas públicas que valorizem a agricultura familiar, o extrativismo e a sustentabilidade em Ananindeua.
