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Mestres de Capoeira culturalmente reconhecidos em Ananindeua
Cerca de 70 mestres de capoeira lutam pelo reconhecimento como agentes culturais
Por Rosane Linhares (PREFEITURA)
Reunião da SECULT de Ananindeua com os mestres da capoeiraCom o objetivo de fomentar as tradições, disseminar e transmitir saberes, celebrações e formas de expressões que compõem o patrimônio cultural imaterial de Ananindeua em toda a sua diversidade, a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Cultura (SECULT), reuniu nesta quarta-feira (28) com os mestres de capoeira para debater sobre o reconhecimento desse grupo.
“Em Ananindeua, existem diferentes grupos de capoeira em condições socioeconômicas diversas, processos históricos específicos e localizados de maneira espalhada na cidade. Desta forma, neste primeiro momento estamos ouvindo as demandas dos capoeiristas, principalmente os mestres dessa prática cultural, conhecendo suas histórias e dificuldades na falta de um reconhecimento institucional, de uma declaração de reconhecimento que comprove que eles são mestres de capoeira e fazedores de cultura”, ressaltou a titular da SECULT, Ediene Santos.
Mestre Geleia, pede reconhecimentoEm Ananindeua existem cerca de 70 mestres de capoeira que lutam pelo reconhecimento como agentes culturais, como é o caso do Carlos Travassos, mais conhecido como mestre Geleia. “Tenho 44 anos na capoeira e essa reunião já está representando uma conquista, embora eu saiba que é apenas o primeiro passo na busca do nosso reconhecimento. Pedimos respeito. O trabalho de um mestre de capoeira é árduo. A capoeira está diretamente ligada à história do Brasil e aqui em Ananindeua não é diferente. É importante que sejamos valorizados e o mestre de capoeira reconhecido”, disse.
A reunião também contou com representantes da Federação Paraense de Capoeira e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que juntos com a SECULT irão analisar como será realizado o reconhecimento dos mestres e das mestras de capoeira da cidade.
Saiba mais
A capoeira surgiu no século XVII no Brasil, em pleno período escravista, e se desenvolveu como forma de sociabilidade e solidariedade entre os africanos escravizados, uma estratégia para lidar com o controle e a violência que sofriam. Atualmente, é um dos maiores símbolos da identidade brasileira e está presente em todo território nacional.