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Roda de conversa fortalece o combate ao trabalho infantil em Ananindeua

Evento reúne SUAS e sistema de garantia de direitos para formação continuada sobre enfrentamento à violação que afeta mais de 1,9 milhão de crianças no Brasil

01/07/2025 14h18
Por Rosane Linhares (PREFEITURA)

“Trabalhar não é coisa de criança. Criança tem que brincar, estudar, sonhar. E é por isso que estamos aqui hoje: para reafirmar esse compromisso com a infância.”

Foi com essas palavras que a secretária adjunta da Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Trabalho de Ananindeua (SEMCAT), Grace Soares, abriu a roda de conversa “Toda criança que trabalha perde a infância e o futuro”, realizada no auditório da UNAMA ANANINDEUA com a presença de profissionais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e representantes do sistema de garantia de direitos.

O evento integrou a programação da formação continuada promovida pela secretaria e teve como objetivo dialogar com os servidores e a rede sobre o enfrentamento ao trabalho infantil, qualificando o atendimento prestado nas unidades e fortalecendo o fluxo intersetorial de proteção às crianças e adolescentes.

De acordo com os últimos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua/IBGE), cerca de 1,9 milhão de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos estavam em situação de trabalho infantil no Brasil em 2022. Na Região Norte, o cenário é ainda mais desafiador devido às especificidades territoriais, socioeconômicas e culturais que tornam o combate mais complexo.

A roda de conversa contou com a palestra da professora e doutora em Desenvolvimento Rural, Adrea Canto, com o tema “Trabalho Infantil e Especificidades da Amazônia”. Em sua fala, a professora destacou: “A infância não é algo natural, ela é uma construção histórica social e política. Então, ela não pode ser vista de forma naturalizada, porque nem todas as crianças lamentavelmente têm infância, visto que a modernidade, quando ela pensa em infância, ela pensa numa perspectiva de proteção, de cuidado, que infelizmente não é esse quadro que a gente vê na nossa sociedade”.

A Profª Ma. Lúcia Garcia também trouxe contribuições importantes com a palestra “Trabalho Infantil e Políticas Públicas na Amazônia”, abordando o papel do SUAS na articulação com as famílias e na identificação precoce de violações de direitos. 

O Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT-8) participou da formação com uma apresentação sobre o papel da Justiça do Trabalho no enfrentamento ao trabalho infantil. 

Para a coordenadora do setor de Gestão do Trabalho da SEMCAT, Pamela Almeida, a iniciativa foi mais do que uma capacitação. “Esse momento foi sobre responsabilidade coletiva. A ideia é que a rede esteja capacitada, articulada no enfrentamento ao trabalho infantil. Assim, pensando em qualificar o trabalho dos profissionais que estão atuando na ponta, dentro das nossas unidades, seja da SEMCAT ou fora, uma vez que a rede trabalha de forma articulada para o enfrentamento dessa demanda no nosso município.”

Maria Correia, assistente social de um dos CREAS presentes, ressaltou o impacto da formação no cotidiano profissional: “A gente encontra essas situações nos territórios e, às vezes, se sente só. Uma formação como essa nos fortalece e nos orienta.”

Ao final, a secretária da SEMCAT, Francy Pereira, deixou uma mensagem de comprometimento:

“Enquanto houver uma criança com a infância violada pelo trabalho, nossa missão continua. Mas cada passo que damos, como hoje, é um avanço na construção de um futuro mais justo.”