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Feriado da Consciência Negra é comemorado no Teatro Municipal de Ananindeua

O evento promoveu o fortalecimento das raízes Afro-brasileiras

21/11/2024 19h35
Por Matheus Maciel (ASCOM)

Festival da Consciência Negra no Teatro Municipal de Ananindeua.O Teatro Municipal de Ananindeua, recebeu o "Festival da Consciência Negra", nesta quarta-feira, 20. O evento reuniu grupos de carimbó, capoeira e samba de roda, que vieram de várias cidades do Pará. O público prestigiou o lançamento do curta-metragem "Haja cacête! Haja páo!", que conta a história de Severa, uma escrava cuja prisão em agosto de 1884, deu início a uma revolta popular. 

Cultura Afro-brasileira.Edilson Pereira, conselheiro estadual de igualdade racial, destacou a relevância de proporcionar espaço para a capoeira, no Teatro Municipal de Ananindeua. "Esse momento dentro do Teatro Municipal de Ananindeua, onde a capoeira tem esse espaço é muito importante, a capoeira assim como outras atividades da cultura Afro-brasileira não precisam mais de leis, precisam que as leis que têm sejam cumpridas. E por tudo isso, a gente vem nessa luta durante anos", disse.

Marinete do Carmo, sendo reconhecida como a primeira contramestra em capoeira no Pará.Marinete do Carmo, 51 anos, faz parte do movimento "Capoeira mulher", ressaltou a honra de ser reconhecida como a primeira contramestra em capoeira no estado do Pará. "Ter a comunidade me reconhecendo aqui como a primeira contramestra em capoeira no estado do Pará é uma grande honra pra mim, com isso vem a responsabilidade em representar tantas mulheres que se espelham em mim. Hoje é um dia de comemoração, não só para os negros, mas também para todas as pessoas que abraçam a causa, e que entendem o que o negro passou", conclui. 

Artistas de Ananindeua consideram o evento como um marco histórico

Os artistas que estiveram presentes no evento, ressaltaram a importância desse momento, já que está é a primeira vez em que o Dia da Consciência Negra é instituído como feriado nacional. Além disso, ser recebidos em um espaço como o teatro, é um momento que legitima as lutas constantes que o movimento vem travando.

Thays Araújo, artista e professora de dança.Thays Araújo, 27 anos, artista e professora de dança, enfatizou que o dia da consciência negra é um momento de luta e resistência.

"Hoje é um marco de resistência, e ter um teatro e um evento como esse em Ananindeua é histórico. O dia de hoje é um dia de luta e resistência, como todos os outros dias. É um dia que a gente se reúne pra louvar a nossa cultura pra além do nosso cotidiano. É um momento de descentralização, onde nos reunimos com as comunidades, quilombos, ribeirinhos, todos presentes para louvar a capoeira, o samba de roda e o próprio carimbó. Estou muito feliz de estar presente nesse momento, a luta contra o racismo ainda é um embate muito grande. Hoje a gente vê um movimento muito maior de pessoas negras, pessoas indígenas, um protagonismo muito maior dentro desses espaços fechados, como o teatro", declarou.

Mac Iver, idealizador do evento.Mac Iver, mestre da cultura popular, contramestre de capoeira e idealizador da Tucumã Brasil, responsável pelo evento, ressaltou a importância de unir diferentes manifestações culturais no evento, promovendo o fortalecimento das raízes Afro-brasileiras.

"A gente desenvolve trabalhos no Pará com resgate da cultura Afro-amazônica, da cultura preta brasileira. Hoje fizemos nosso primeiro festival da consciência negra, com o objetivo de difundir a cultura para todas as camadas da sociedade. Eu fiquei muito feliz por trazer a comunidade da capoeira, do carimbó, do samba de roda, do samba rural aqui pra dentro do nosso evento e ter a aceitação do público. É o primeiro ano que essa data é feriado no Brasil, isso é muito importante que a gente tenha o resgate da cultura nortista, ribeirinha, marajoara, isso é mais um resgate do orgulho de ser preto ".