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Mês da Conscientização da Igualdade Racial nas escolas municipais

Professores do ensino fundamental participam da formação sobre "História e Cultura Afro-Brasileira e Africana"

07/11/2024 11h26
Por Denis Baima (GABINETE)

Professores da rede municipal de ensino de Ananindeua.A Prefeitura de Ananindeua, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SEMED) em parceria com a Coordenação Municipal de Promoção da Igualdade Racial (COMPIR), órgão vinculado à Secretaria Municipal de Gestão de Governo (SEGOV), realizaram no dia 30 de outubro, no auditório da SEMED, uma formação sobre a Lei 10.639/2003, sancionada em 9 de janeiro, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) para tornar obrigatório o ensino da "História e Cultura Afro-Brasileira e Africana" nas escolas públicas e particulares do Brasil, desde o ensino fundamental até o ensino médio. 400 professores do município participaram da formação, divididos entre os turnos da manhã e tarde, com 200 profissionais em casa período.

Essa legislação visa promover a valorização da cultura afro-brasileira e a inclusão da história dos povos africanos no currículo escolar. A formação teve o intuito de capacitar os educadores da rede municipal, que receberam treinamento específico sobre a aplicação da Lei 10.639/2003. O evento contou com a participação de vários palestrantes, que compartilharam conhecimentos e práticas pedagógicas que auxiliem os professores na implementação dessa importante temática em sala de aula.

Ana Poty Medeiros, coordenadora da COMPIR.A coordenadora do COMPIR, Ana Poty Medeiros, compartilhou suas expectativas para o mês de conscientização, destacando a importância de construir uma política permanente de promoção da igualdade racial. “Este ano, a proposta é trabalhar não apenas um dia, mas todo o mês de novembro, em colaboração com a educação. O tema escolhido para este ano é ‘Práticas Inovadoras em Educação para Relações Étnico-Raciais’ e foi desenvolvido com o objetivo de oferecer suporte e apoio às escolas, professores e gestores, incentivando-os a integrar essa temática em suas turmas ao longo do mês”, explicou Ana Poty.

Durante o mês de novembro, a proposta foi discutida com a SEMED para que haja um alinhamento e um reforço das iniciativas já existentes. O objetivo é que os professores consigam dar ênfase à promoção da igualdade racial em suas aulas. 

Socorro Neves, professora. Socorro Neves, professora de educação geral do 3.º ano do ensino fundamental I, destacou os desafios enfrentados e a importância de levar o assunto da igualdade racial para as salas de aula do município. "Eu acredito que levar um tema tão importante quanto o reconhecimento e a aceitação da identidade desde o fundamental I é essencial. Não se trata apenas de trabalhar com uma turma específica, mas sim de criar uma base sólida que permeie toda a formação dos alunos. Como professora, vejo isso como uma missão: é crucial que nossos alunos desenvolvam consciência sobre si mesmos e sobre a diversidade ao seu redor”, afirmou a professora.

Um dos desafios que enfrentamos é a resistência à aceitação. Quando os alunos chegam até nós, é fundamental não só escutá-los, mas também ajudá-los a se aceitarem. Uma das minhas abordagens iniciais é trabalhar com a árvore genealógica deles. É sempre surpreendente quando eles descobrem suas origens e percebem que têm ancestrais negros, indígenas ou de outros povos originários. Essa descoberta é um primeiro passo importante para entender e discutir estereótipos, preconceito e racismo", explicou Socorro Neves.

A preparação é crucial para garantir que os educadores estejam aptos a abordar a História e Cultura Afro-Brasileira e Africana de maneira adequada, contribuindo para uma educação mais inclusiva e representativa. A promoção dessa formação também reforça o compromisso das instituições educacionais com a diversidade cultural e o respeito à identidade dos alunos.

Professor Juary Gonçalves.O professor Juary Gonçalves, docente de matemática e física do ensino fundamental II, falou sobre a importância da formação para a rede municipal em um tema tão relevante para a sociedade. "Acredito que a formação não deve se restringir a um único dia, mas sim se estender ao longo de todo o mês. Essa abordagem contínua permite que os professores realmente absorvam e compreendam o tema em profundidade. Como educador, sinto uma grande responsabilidade em transformar esse tema em algo significativo para os meus alunos. É essencial que eles compreendam a relevância do assunto e o impacto disso em suas vidas", disse Juary.

A SEMED e a COMPIR têm como objetivo alcançar resultados práticos na promoção da igualdade racial no município de Ananindeua, atendendo cerca de 42 mil alunos na rede municipal. A expectativa é que, ao final do mês, já se possa ver avanços significativos nesse importante trabalho.