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Campanha do Setembro Amarelo é realizada em comunidades ribeirinhas de Ananindeua

26/09/2024 13h31
Por Rosane Linhares (PREFEITURA)

Ações ligadas ao "Setembro Amarelo".De acordo com levantamento da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), entre os anos de 2000 e 2022, o suicídio representou, em média, 4,02% das mortes entre pessoas de 10 a 29 anos. No grupo de 30 anos ou mais, essa taxa foi de 0,68%. Entre adolescentes, o suicídio correspondeu a 3,63% dos óbitos, e entre jovens adultos, a 4,21%.

Diante desses dados preocupantes, as unidades da rede CRAS (Centros de Referência em Assistência Social), vinculadas à Secretaria da Cidadania, Assistência Social e Trabalho (SEMCAT) da Prefeitura de Ananindeua, realizam ao longo de todo o ano diversas ações ligadas ao "Setembro Amarelo", uma campanha nacional de prevenção ao suicídio e promoção da saúde mental. Essas ações incluem palestras, rodas de conversa e outras atividades participativas, voltadas para a disseminação de informações e orientações sobre o tema, visando à conscientização e ao apoio às comunidades locais.


Assistente social, Lucélia Gomes.Durante o mês de setembro, as iniciativas de valorização da vida foram intensificadas, com destaque para as ações promovidas pela equipe do CRAS Volante, que atendeu comunidades ribeirinhas. "Hoje, nos deslocamos até as ilhas, trazendo informações e orientações sobre a importância da saúde mental, um tema que, até pouco tempo, não era amplamente discutido. Esclarecemos dúvidas e enfatizamos que, em Ananindeua, existe uma rede de apoio disponível para aqueles que precisam", afirmou a assistente social Lucélia Gomes.

Ela também reforçou a importância de buscar ajuda profissional: "Passar por dificuldades e enfrentar problemas é algo comum, mas você pode pedir ajuda, pode falar, e nós estamos aqui para ouvir. Em algumas situações, é fundamental contar com o apoio de um profissional, pois há momentos em que não conseguimos enxergar ou resolver tudo sozinhos. O profissional orienta, apoia e ajuda. Cuidar da saúde mental é essencial", concluiu Lucélia.


Eliane de Sousa e a filha.Além do conteúdo informativo, a ação do "Setembro Amarelo" na Ilha João Pilatos ofereceu um espaço de interação, onde os participantes puderam tirar dúvidas e compartilhar suas experiências pessoais. Um dos depoimentos marcantes foi o de Eliane de Sousa, de 40 anos, que relatou sua vivência com a filha. "Esse momento foi muito importante, pois nos orientou sobre como podemos ajudar quem precisa e como identificar os sinais da depressão. Quando minha filha tinha 15 anos, ela enfrentou um período muito difícil, com pensamentos suicidas devido à síndrome do pânico. Meu marido e eu nos vimos em uma situação que nunca imaginamos. Não podíamos deixá-la sozinha, escondíamos todos os objetos cortantes de casa e a levávamos para dormir no nosso quarto. Nós fomos o apoio dela, e, graças a Deus, ela conseguiu superar. Mas eu sei que muitos jovens, inclusive próximos a mim, estão passando por isso, e quero poder ajudar sem atrapalhar. As orientações que recebemos aqui foram fundamentais para sabermos como agir e oferecer apoio", compartilhou Eliane.


Valdenira Silva, de 53 anos.Dona Valdenira Silva, de 53 anos, também elogiou a ação. "Achei essa iniciativa maravilhosa. A psicóloga nos ensinou como identificar os diferentes estágios da depressão e entender o que pode levar alguém a tirar a própria vida. Há alguns anos, eu mesma passei por uma situação familiar muito difícil e cheguei a pensar em desistir de tudo. Mas, graças a conversas com amigos e pessoas próximas, consegui encontrar apoio. Falar é fundamental, e saber que temos com quem contar faz toda a diferença", afirmou Valdenira.

Essas ações são necessárias para ampliar o diálogo sobre saúde mental, especialmente em áreas mais afastadas, como as comunidades ribeirinhas, onde o acesso à informações e serviços de saúde mental é mais limitado. A campanha "Setembro Amarelo" se destaca por promover a conscientização e oferecer suporte a quem enfrenta desafios relacionados à saúde mental, demonstrando que, por meio de apoio e informação, é possível prevenir o suicídio e salvar vidas.