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Roda de conversa na Secretaria Municipal de Administração (SEMAD) marca o mês da conscientização pelo fim da violência contra a mulher

Servidores públicos aproveitam o momento para mostrar suas opiniões sobre o assunto

14/08/2024 14h54
Por Sidney Alves (PREFEITURA)

Elzo Sarmento, servidor público da SEMAD, mostrou a necessidade de um comportamento mais compreensivo dos homensElzo Sarmento, servidor público da SEMAD, mostrou a necessidade de um comportamento mais compreensivo dos homensServidores da SEMAD, SEDEC e SEMMU estiveram presentes na roda de conversa sobre a questão da violência contra a mulherServidores da SEMAD, SEDEC e SEMMU estiveram presentes na roda de conversa sobre a questão da violência contra a mulher.Depoimentos emocionantes definiram o evento realizado pela Secretaria Municipal de Administração (SEMAD), neste dia 14/08, e que contou com os apoios da Secretaria Municipal da Mulher (SEMMU) e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDEC). As conversações ocorreram no auditório da SEMAD e contaram com a intensa participação dos servidores públicos, que apresentaram as suas respectivas experiências de maneiras intensas.

Christiane Tenório, Diretora de Saúde Ocupacional da SEMAD, enfatizou o quanto é importante a mudança de comportamento dos homens.De acordo com Christiane Tenório, Diretora de Saúde Ocupacional da SEMAD e psicóloga de formação, quando foi formatado o projeto deste evento, o ponto crucial era trazer o homem para mais perto do debate sobre a questão da violência contra a mulher. “A nossa intenção era quebrar os ciclos de violência, pois não só é preciso que sejam aplicadas as penas, mas também é preciso recuperar este homem para que ele também possa ter uma nova chance e é o momento para que ele reconstrua o que ele teve de criação e mudar isso, trazendo-o para o papel de protetor e não mais de agressor”, enfatizou.

Ainda segundo a psicóloga, muitas das vezes a violência psicológica consegue ser bem mais cruel. “Ela consegue tirar a mulher do centro do equilíbrio. Então, imagine, nós mulheres temos os papéis de mãe, irmã, esposa, como também da profissional que atua intensamente no mercado de trabalho; em tudo isso existe um acúmulo de emoções, que precisam ser administrados e quando este tipo violência afeta as nossas emoções, ela acaba tirando-nos do nosso centro de equilíbrio. Desta maneira, não conseguimos mais interagir, nos deixando mais introspectivas e começamos a diminuir os nossos ritmos, desencadeando numa crise de ansiedade, como também numa depressão”, alertou.

Marta Dias foi responsável por uma das palestras mais importantes do evento.Conforme disse Marta Dias, gerente Programa Patrulha da Lei Maria da Penha de Ananindeua, subordinada a Secretaria Municipal da Mulher e do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJE-PA), é muito importante mudar esse olhar sobre a violência doméstica e familiar. “A Lei Maria da Penha veio para assegurar a proteção da vida da mulher, porém a raiz desse problema está nas criações machistas de gerações, que nós passamos. Então, vamos atrás desse resgate, olhando para o agressor, porque quando ele não mais praticar esse ato, não precisaremos de leis para nos proteger enquanto mulheres. E ele vai parar de agredir tanto na forma oral, psicológica, física, patrimonial, quando entender que também é parte dessa sociedade e que tem que lhe dar com essas emoções. Infelizmente, vemos muitos homens em frente a crises emocionais, sem saber lidar com elas, que acabam assassinando suas ex-mulheres, os seus filhos e tiram as próprias vidas”.

Elzo Sarmento, servidor público da SEMAD, mostrou a necessidade de um comportamento mais compreensivo dos homens.Para Elzo Sarmento, servidor da SEMAD, é fundamental que esse assunto, a violência contra a mulher, tenha uma proporção muito mais ampla. “Sabemos que, às vezes, é difícil para o homem se controlar, que é complicado manter a compostura; porém é fundamental ter sabedoria e o equilíbrio para poder resolver de uma forma mais pacífica, amiga e compreensiva, toda uma problemática para que não tenha um desfecho violento. Não apenas na parte física, mas também na agressão verbal. Um evento como este na secretaria é de extrema importância, pois vai fazer com que a relação entre homem e mulher, não só na esfera do lar, mas se estenda ao ambiente de trabalho, para ter um contexto produtivo até melhor”.

Manuelle Santos, secretária adjunta da SEMAD, contou detalhes sobre a Lei Ingrid Israel.A Secretaria Municipal de Administração (SEMAD), já tem um histórico extremamente positivo quando o assunto é evitar que mais mulheres sejam violentadas. “Nós da secretaria, por meio da Diretoria de Saúde Ocupacional, criamos a Lei Ingrid Israel, ela era uma moradora daqui de Ananindeua, e que foi o primeiro caso de feminicídio no Pará. Esta Lei também é conhecida como de Auxílio e Proteção e tem o objetivo de proteger as nossas servidoras, que sofrem violência doméstica. Então, todas que possuem medidas protetivas, podem procurar a Diretoria de Saúde Ocupacional da SEMAD e serão assistidas por essa Lei. Então, durante a validade da medida protetiva, elas receberão o auxílio de um salário mínimo”, afirmou Manuelle Santos, secretária adjunta da SEMAD.

Danielle Matos, funcionária da EGPA e secretária de Registros e Cadastros, apresentou um dos depoimentos mais emocionantes da roda de conversa.Já para Danielle Matos, funcionária da Escola de Governança Pública de Ananindeua (EGPA) e secretária de Registros e Cadastros, é assim que vamos conquistando ao longo do tempo essa transformação na sociedade, principalmente, na forma de pensar e de agir. “Com esses exemplos e com essas oportunidades de reflexão, conseguiremos modificar o nosso comportamento. Assim, vamos proliferando esse sentimento, ou seja, dentro da nossa família, dos nossos ambientes, com os nossos amigos. Aos poucos, conseguiremos modificar a conduta de uma sociedade”, concluiu de forma contundente.