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Professora da Rede Municipal de Ensino de Ananindeua expõe projeto em conferência internacional
Por Jordan Navegantes (SESAU)
Crianças que fazem parte da Rede Municipal de Ensino de Ananindeua
Com o projeto “Do meu quintal eu planto o futuro”, a professora Lígia Pinheiro, da Rede Municipal de Ensino de Ananindeua, viajou para São Paulo e expôs na Conferência Internacional Espaços Naturalizados para as Infâncias entre os dias 20 e 23 de Setembro. Foi a primeira vez que um país da América Latina sedia a conferência.
Professora Lígia PinheiroForam aproximadamente 500 inscrições ao redor do mundo e apenas 60 trabalhos selecionados, sendo 15 por cada categoria. A categoria do projeto da desenvolvido pela professora Lígia, das turmas do Pré-II (manhã e tarde) da UEI Pequenos Ananis (Unidade de Educação Infantil), faz parte da categoria “brincar ao ar livre”.
A conferência tem como objetivo o estímulo à aprendizagem ao ar livre, e fomentar o movimento por espaços educativos formais e não formais com mais natureza. Bem como parte do princípio de que a natureza colabora na promoção de saúde física, mental e bem-estar para todos. Um evento de parceria entre a Aliança Internacional de Espaços Escolares (International School Grounds Alliance - ISGA), o programa Criança e Natureza, do Instituto Alana, e o SESC.
Do meu quintal eu planto o Futuro
Pequenos AnanisLocalizada na Cidade Nova IV, em Ananindeua, a UEI Pequenos Ananis é uma unidade de ensino ampla com áreas de convivência e áreas verdes que possibilitam usar cada espaço da escola para a ensinar e aprender de diferentes formas.
“Proporcionar o contato e conexão das crianças com a natureza por meio do plantio, cultivo e cuidado com as plantas do quintal da escola. Compreendendo a importância de cada elemento presente na natureza, valorizando a biodiversidade que as cerca, tornando-as protagonistas nos cuidados com o planeta no futuro”, assim é descrito o contexto e objetivos do projeto do “Meu quintal eu planto o futuro” pela professora Lígia Pinheiro.
A roda de gratidãoAinda segundo a educadora, a metodologia do projeto perpassa por diferentes momentos. “É realizada uma roda de conversa para sensibilizar as famílias. Com o apoio das famílias e de amigos da escola, a estruturação e organização do espaço iniciou. Assim, o espaço ganhou horta e plantio de pequenas árvores frutíferas que é cuidado pelas crianças, que todos os dias antes de começar as atividades fazem a roda de gratidão, regras, observação e conexão com os elementos da Natureza”.
Além das paredes da sala de aula
"Eu vejo meu projeto como sendo de muita relevância porque ele traz uma perspectiva um pouco diferente de educar e de gerar um novo olhar com relação as questões ambientais. Durante anos de práticas, eu percebi que falar de natureza, meio ambiente se tornou algo muito limitado, grande parte das práticas em escolas se resumem à coleta seletiva e reciclagem. Se fala muito em conscientizar, mas eu já digo que, além de consciência, a pessoa precisa se sensibilizar. Diria que alcançar o coração, a alma onde está a mudança, sabe? Quando eu me sensibilizo, eu me sinto parte daquilo e procuro, de fato, fazer diferente", relata a professora que criou e desenvolve o projeto na UEI Pequenos Ananis.
"Trabalhar isso na primeira infância é essencial, pois é nessa fase que a criança guarda na sua memória grande parte das experiências e aprendizados, então é uma fase muito importante. Nesse projeto, eu vejo a natureza como um espaço rico de aprendizado, junto com as crianças a gente quebra o paradigma colonialista de que nos estamos acima da natureza. Por que nós aprendemos com e na natureza, numa relação recíproca em que a criança entende que ela faz parte da natureza, assim como a natureza faz parte de nós. E a necessidade de entender tudo isso na atual realidade mundial de crise ambiental e climática é de total importância. Afinal defender a infância é também defender o presente e o futuro delas. E esse projeto como tantos outros são a prova de que é possível, sim, alinhar educação e natureza”, explica a educadora.
“É interessante poder romper as quatro paredes de uma sala de aula e ver outras possibilidades de ensinar, porque elas existem e várias formas de aprendizagem acontecem”, finaliza.