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Ananindeua é nacionalmente reconhecida por acolhimento a indígenas venezuelanos
Por Rosane Linhares (PREFEITURA)
O município de Ananindeua é uma das seletas cidades brasileiras a fazer parte do Guia de “Iniciativas Intersetoriais voltadas à Promoção de Direitos de Populações Indígenas Refugiadas e Migrantes no Brasil”, lançado nesta segunda-feira (12) pelo ACNUR (Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados) e o Ministério da Cidadania. O livro é um compilado de relatos apresentados durante o Workshop Nacional de Boas Práticas, realizado em maio de 2022 em Manaus, os quais foram divididos em três eixos: abrigamento/ acolhimento, proteção comunitária e integração socioeconômica/ meios de vida.
“A reunião de todas essas experiências em uma só publicação visa ressaltar a diversidade em diferentes contextos, a composição das equipes nos projetos/serviços, os atendimentos oferecidos, os desafios e os aprendizados. Ou seja, todos esses trabalhos refletem a busca constante de soluções a partir dos desafios postos, visando construir pontes, oferecendo caminhos possíveis para a criação de estratégias para lidar com o atendimento voltado à população indígena refugiada e migrante no Brasil”, informou o ACNUR.
Ananindeua se destacou no eixo de proteção comunitária, que envolve ações, atividade e projetos com o intuito de fortalecer vínculos e construir alternativas interculturais para a proteção de indígenas refugiados e migrantes, favorecendo a participação em diálogos, com temas na área do direito, organização e participação social, documentação, violência baseada em gênero, uso abusivo de álcool, presença de crianças e adolescentes nas ruas, saúde, educação, entre outros.
O projeto apresentado pela Prefeitura de Ananindeua foi “Construindo Cidadania da População Warao em Ananindeua”, que busca planejar e implementar respostas de proteção por meio de programas, projetos e ações que garantam o protagonismo da comunidade indígena refugiada e migrante, no acesso a direitos, à cidadania, às políticas sociais e à autonomia financeira, o qual faz parte do Comitê Intersetorial Municipal de Acolhimento e Atenção à População Indígena Warao, criado em 2021 por meio do Decreto Municipal nº 147.
Para o prefeito de Ananindeua, doutor Daniel, o guia concretiza tudo aquilo que foi fomentado na implementação da agenda de refugiados e na ampliação de políticas públicas na cidade. “Hoje é um dia muito importante para nós, pois desde o início da nossa gestão, em 2021, temos trabalhado bastante para mostrar que Ananindeua é uma cidade inclusiva e que acolhe os migrantes que precisam sair de seus países. Enquanto gestão pública, precisamos acolher essas pessoas e fornecer os nossos serviços como saúde, educação, segurança, lazer e moradia. Ainda temos muito desafios, mas sei que estamos no caminho certo”, frisou o prefeito.
A secretária da Semcat, Marisa Lima, complementou. “Os serviços ofertados à população indígena refugiada e migrante requerem respeito as suas diversidades culturais, sendo necessário que os entes públicos e membros da sociedade civil fomentem e adotem boas práticas de participação social e empoderamento dessa comunidade na efetivação de seus direitos. E isso Ananindeua está fazendo com maestria por meio dos gestores municipais e do prefeito doutor Daniel”, declarou.
Saiba mais
Desde 2020, Ananindeua vem acolhendo indígenas da etnia Warao, oriundos da Venezuela. Atualmente vivem no município 65 famílias refugiadas, totalizando 252 pessoas, entre crianças, adolescentes, adultos e idosos. Estima-se que a sua maioria vive no bairro Curuçambá, embora alguns estejam localizados no Distrito Industrial e Levilândia.
Por meio de ações de escuta, realizadas pelo Comitê Intersetorial Municipal de Acolhimento e Atenção à População Indígena Warao, foi possível constatar o interesse por parte da comunidade Warao em continuar residindo em Ananindeua. Assim, a Prefeitura tem desenvolvido estratégias para dar continuidade às atividades de atendimento e acompanhamento, bem como avalia como necessário consolidar as estratégias e a divisão de responsabilidades entre os parceiros da rede, na área da educação, saúde, assistência social, economia, segurança e saneamento básico. O município também vem se organizando na área habitacional, elaborando projeto para construção de casas na Ilha de Sassunema, em Ananindeua.
