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A riqueza cultural de um povo tricentenário foi destaque no Sankofa Quilombola
Prefeitura realiza festival pela primeira vez na comunidade do Abacatal
Por Ivana Barreto (PREFEITURA)
Tranças afro podiam ser produzidas no eventoUm comunidade que respira história e fica há 8 km do centro de Ananindeua, em conexão total com a natureza. Um patrimônio cultural de mais de 300 anos onde vivem 165 famílias.
Neste último sábado, dia 27, os moradores da Comunidade Quilombola do Abacatal em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura (Secult-Ananindeua) realizaram o primeiro festival cultural “Sankofa Quilombola”.
O nome “sankofa” significa olhando pra trás para não esquecer de onde viemos. E é valorizando este povo tradicional que vive dentro da região metropolitana que toda a população deve olhar pra frente sem deixar de reconhecer suas raízes.
“A gente sabe da nossa história e queremos fazer com que as pessoas degustem um pouco também da nossa história, através dos nossos sabores, dos licores e da nossa arte. Esse evento é muito importante para o nosso território, é o primeiro, tomara que venham muito outros, porque pra nós está sendo muito bom, mostrar o que nós temos”, disse a moradora, Cristiane Maia.
O evento foi um dia inteiro de exposições artesanal e culinária, trilhas pela comunidade e apresentação musical. Entre várias atrações de artistas locais, teve a apresentação da banda Toro Açu, que é da própria comunidade, e fez muita gente dançar carimbó. Além disso, também se apresentaram os grupos de capoeira quilombola e de dança Swing Quilombola. Uma programação diversa que contou ainda com vendas de várias peças e produtos artesanais de autoria dos próprios moradores, tais como camisas pintadas à mão com temáticas africanas e telhas decorativas; arte em bambu; e bebidas artesanais como os licores.
"Sou artesã, juntamente com outras mulheres, a gente faz parte de um grupo chamado Iyá Pretas - Licor e Arte, e também faço parte de outro grupo que se chama Abacatarte, que trabalha com pinturas de camisas e telhas, tudo artesanal. A gente leva a resistência do nosso território, através da arte, através da culinária e dessa forma a gente joga para o mundo”, explicou Cristiane.
Secretário Municipal de Cultura, César Gaspar.Para o Secretário de Cultura de Ananindeua, César Gaspar, esta parceria é uma oportunidade pra dar visibilidade ao povo quilombola, conhecer um pouco da história do quilombo, sua vivência,cotidiano, o que eles têm de melhor dentro do empreendedorismo local. “É um incentivo cultural que a Prefeitura está realizando em parceria com a comunidade e dentro da comunidade. Porque na verdade a programação é deles, foi colocada por eles, sentamos, dialogamos. A comunidade de Abacatal merece ter um olhar mais especial”, enfatizou.
Também teve venda de produção da agricultura local (tucupi, farinha, goma de tapioca, maniva e urucú) e atividades para as crianças, desfile de beleza e moda Quilombola e excursão por todo o território.
“Para nós todos os moradores do território, é ver toda a importância que a gestão pública está dando para as nossas lutas e para nossos movimentos. Porque é a primeira edição que está acontecendo dentro do território, então isso é uma grande conquista, pois nunca houve um evento desse porte aqui dentro. Nós fazemos as nossas internas, mas desse tamanho nunca tinha acontecido. O sentimento que tenho hoje é de alegria, de gratidão pelo empenho de toda as equipes. A gente quer que Ananindeua conheça e respeite as nossas tradições e culturais”, ponderou Thamires Cardoso, coordenadora da Associação dos Moradores e Produtores Quilombola de Abacatal - Sítio Bom Jesus.
Jogos no quilombo
Tiro ao alvo com baladeira virou competição no Jogos do Quilombo“Já participei do futebol, não tive muito sucesso, perdemos. mas o meu masculino ganhou duas medalhas.Sou a que mais colocou time nos jogos, coloquei de criança, de jovens, feminino, de todas as categorias. Estou muito contente pela nossa comunidade estar passando por este momento”, disse a quilombola Ângela Silva, de 32 anos, que nasceu e mora no Abacatal e nunca tinha visto um evento esportivo da Prefeitura de Ananindeua sendo realizado dentro da comunidade.
O Festival esportivo “Jogos no Quilombo” também foi realizado, neste sábado, 27, pela Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude ( SELJ) promoveu a integração social na Comunidade Quilombola do Abacatal.
Segundo o Secretário de esporte de Ananindeua, Jami Leite, além de integrar a comunidade como um todo, foi importante para valorizar as tradições locais de um povo com mais de 300 anos de existência.
Secretário de Esporte, Lazer e Juventude, Jami Leitte, premia vencedoras de competição“Mesclamos as modalidades, conforme a cultural local, além do esporte convencional, tivemos modalidades que foram esportivizadas pelos próprios moradores, como por exemplo, a subida no açaizeiro, o tiro ao alvo com baladeira, o pau de sebo, a queimada e o dominó”, explicou Jami Leite.
“Só tenho a agradecer à prefeitura. Estou muito feliz em ver principalmente nosso povo se divertindo, aproveitando”, disse Ângela.
“a integração entre a comunidade quilombola e o poder público é, sem sombra de dúvidas, muito enriquecedor pra nossa gestão e pro fomento do esporte no município”, reiterou o Secretário.
Cultura, Esporte e Lazer em comunidades tradicionais
Em setembro deste ano, a Prefeitura de Ananindeua também realizou pela primeira vez uma grande programação cultural e de modalidades esportivas nas ilhas do município. As Secretarias Municipais de Cultura (Secult Ananindeua) e de Esporte, Lazer e Juventude (SELJ) promoveram os eventos na ilha de João Pilatos, onde foi feita a integração com comunidades de nove ilhas da região.