Dançarina de Ananindeua é medalhista em campeonato mundial

A paraense Lívia Gadelha, de 18 anos, é o novo destaque da cultura Hip Hop no Brasil. No dia 17 de maio a atleta participou do campeonato Mundial Escolar de Gymnasiade, na França, onde conquistou a medalha de prata na modalidade Breaking, categoria individual.

Aluna da Escola Estadual Erotilde Frota Aguiar, Lívia faz parte do projeto social de hip hop do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Estrela Ananin, da Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Trabalho (Semcat) de Ananindeua, e lembra como tudo começou.

“Desde os 4 anos de idade comecei a fazer alguns passos, pois queria imitar meu pai e meu tio que são meus espelhos no breaking, como break-boys. Então o papai começou a me ensinar e me levar para as aulas que ele dá no CRAS para crianças e adolescentes. Com o tempo, quando eu tinha 15 anos, parei para pensar o que eu queria com o hip hop, porque todos diziam que eu tinha talento, então conversei com o meu pai e com o meu tio e comecei a focar mais para poder participar dos campeonatos municipais, estaduais e nacionais, e com muito foco e treino, um dos meus sonhos se tornaram realidade, que foi participar de um campeonato mundial”, contou Lívia.

O Gymnasiade reuniu cerca de 3 mil estudantes de 16 a 18 anos de 69 países. O Brasil foi o segundo colocado no quadro de medalhas, com 126 pódios (45 ouros, 45 pratas e 36 bronzes), ficando apenas atrás dos anfitriões franceses, que conquistaram 130 medalhas, sendo 51 de ouro.  A atleta surpreendeu com o resultado na competição. 

“Quando falaram meu nome, meu coração disparou e foi a mil. Pra mim, essa medalha de prata representa a medalha de ouro, foram dias e dias treinando de manhã e de noite para conquistá-la, além de todo o esforço que meu pai e meu tio fizeram para conseguir recursos para eu poder chegar até aqui. Claro que não posso deixar de agradecer ao CRAS por ter me ajudado desde os 4 anos e meus técnicos. Hoje sou atleta no Estilo de Belém Breaking, filiada ao Conselho Nacional de Dança Desportiva (CNDD) e fui representar o Brasil pela Confederação Brasileira de Jogos Escolares (CBDE)”, disse Lívia.

O técnico e pai, Luiz Carlos Gadelha, enalteceu a conquista da prata. “A gente esperava uma boa classificação, mas o segundo lugar entre tantas atletas do mundo inteiro nos mostra que estamos no caminho certo e que nosso trabalho está dando resultado. Esta medalha é a certeza que teremos mais um grande nome no atletismo do Pará, mas precisamos de mais patrocínio . Estou muito orgulhoso da Lívia de dar continuidade ao breaking no nosso estado, eu e meu irmão, Paulo Sérgio, fomos os pioneiros dessa modalidade no Pará, há 28 anos ”, ressaltou.

Quem também estava cheio de orgulho era o tio da Lívia, Paulo Sergio. “A Lívia arrasou, fez uma apresentação diferenciada com todo o gingado que só o brasileiro tem. Sambou e sambou bonito. Vamos continuar torcendo por ela e ajudando a conquistar seus sonhos, sempre orientando nos treinos e nos estudos”.

Agora, o próximo sonho é representar o Brasil nas Olimpíadas de Paris em 2024, o breaking será uma das modalidades estreantes no campeonato. A dança esportiva foi oficializada nos Jogos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) em dezembro de 2020.

“Depois dessa conquista, hoje tenho consciência de que já posso fazer parte das olimpíadas. Estou treinando todos os dias para entrar nesse time em 2024 e trazer a medalha para o Brasil”, compartilhou Lívia.

No processo de seleção dos atletas para participarem das olimpíadas, são avaliadas pontuações, rankings, vitórias e resultados. Com a conquista do 2ª lugar no mundial, a Lívia deu um passo importante para conseguir uma das 32 vagas para participar do campeonato.

Trabalho de inclusão social

A Semcat, por meio dos dez Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), vem realizando projetos de inclusão social para crianças, adolescentes e jovens de Ananindeua e um deles é a dança hip hop, que tem conquistado o público.

“Desde o início da gestão do prefeito doutor Daniel, temos buscado trabalhar a inclusão social com crianças e adolescentes do nosso município, assim mostrar para esse público que existem outros caminhos fora do crime e do tráfico, e o movimento hip hop é um dos métodos que utilizamos”, informou a secretária da Semcat, Marisa Lima. 

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