Adolescentes participam de palestra sobre dignidade menstrual em Ananindeua

A menstruação ainda é tida como um tabu nos dias atuais. Muitas meninas crescem e passam por toda a fase da primeira menstruação sem nunca ter conversado sobre o assunto em suas relações sociais, com familiares, amigos, escolas, entre outros. Sem falar daquelas adolescentes que têm dificuldades financeiras para comprar absorvente, por conta da crise econômica.

Para oferecer orientação adequada sobre menstruação, a Prefeitura de Ananindeua criou a Lei nº 3.201, de 13 de dezembro de 2021, que estabelece diretriz para as ações de promoção da dignidade menstrual no município, por meio do Projeto Fluxo com Respeito, conduzido pela Secretaria de Cidadania, Assistência Social e Trabalho (Semcat).

“O Projeto Fluxo com respeito vai para além da distribuição de absorventes que está sendo realizada pelos CRAS e pelas escolas municipais, essas meninas estão sendo acompanhadas por uma equipe multiprofissional. O nosso intuito é assegurar o  fortalecimento da rede familiar, desconstruir tabus, trazer saúde feminina e contribuir para redução do índice de gravidez na adolescência, por meio da orientação sexual. Além de colaborar para que durante esse período da menstruação as meninas não deixem de ir às aulas e outras atividades socioeducativas por falta de absorventes, pois sabemos que a pobreza menstrual é um fator econômico que atinge as áreas da assistência social, educação e saúde”, ressaltou a secretária da Semcat, Marisa Lima.

Seguindo as ações do projeto, nesta quarta-feira (13) as adolescentes acompanhadas pelos Serviços de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) e de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) participaram da palestra sobre Pobreza Menstrual no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Santana do Aurá.

Durante a ação, a secretária Marisa Lima explicou sobre o ciclo menstrual e como funcionará a disponibilização dos absorventes nos CRAS. “As meninas e meninos precisam entender que a menstruação é um processo natural que toda mulher passa, e a sociedade também precisa compreender e falar sobre este tema. Se por um acaso se sujar, tá tudo bem, não precisa ter vergonha. As adolescentes também precisam entender que a partir do momento da primeira menstruação, ela pode engravidar. Falar sobre isso não é incentivar a relação sexual e sim estimular a consciência, pois adolescência não é tempo de engravidar e sim de estudar”.

Para Ana Gabriela Santos, de 13 anos, destacou a importância de ações como essa para sua formação. “É sempre importante a gente entender um pouco mais sobre as transformações que o nosso corpo passa, saber que a menstruação não é um bicho de sete cabeças, mas algo natural que devemos tratar com naturalidade. Sou grata por todo o suporte que a equipe do CRAS me deu quando criança e agora na fase da adolescência, pois desde os 3 anos de idade eu e minha família somos acompanhadas pelo CRAS Santana do Aurá”, contou a adolescente.

Maria Gabriela Pinheiro, de 14 anos, comentou como está sendo de grande ajuda receber os absorventes e as orientações. “Tá sendo muito bom ter esse acompanhamento e receber os absorventes, pois através do projeto o CRAS tem contribuído com orientações para a minha família. E receber os absorvente tá ajudando muito nas finanças de casa”, disse Maria.

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